terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Abel Xavier Converte-se ao Islão

Segundo o site do jornal "A Bola", Abel Xavier converteu-se ao Islão. Nas suas palavras, começou a sua conversão na Turquia, onde «lentamente, aprendi uma religião que professa a paz, a igualdade, a liberdade e a esperança». Paz??? Sim, claro, desde que sejamos todos muçulmanos, e todos ou xiitas ou sunitas. Igualdade??? Sim, se não contarmos com as mulheres, claro está. Liberdade??? Sim, desde que não se seja homossexual... Não é fácil acreditar que se é livre num regime totalitário, mesmo que as ordem venham do Sagrado Corão. Esperança??? Ok, aqui até posso acreditar que sim que haja muita esperança no Islão, mas não a há em todo o lado? Porquê associar-mo-nos a uma religião que diz que o testemunho de uma mulher vale metade do de um homem? E que diz que todas as mulheres devem ser submissas ao seu marido (que normalmente é escolhido pelo pai dela) e deve estar sempre sexualmente disponível (menos se estiver com o período), correndo o risco de ser agredida e violada caso se recuse a comprazer o marido? E que diz que todos os "infiéis" devem ser eliminados da face da Terra, juntamente com todos os homossexuais?

Ah, Abel, Abel... Eu vi logo que toda aquela tinta na cabeça não ia fazer nada de bom a esse... cérebro?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Justiça Texana...

Khristian Oliver foi condenado à morte no estado do Texas. Desta vez ninguém disputa se a decisão foi correcta ou não. A discussão é sobre como os jurados chegaram ao veredicto.
Depois do julgamento começaram a surgir evidências de que os jurados tinham consultado a Bíblia durante a deliberação da sentença. Vários jurados confirmaram que haviam algumas Bíblias entre eles, e que várias passagens foram postas a circular, incluindo Números 35:16: "Mas se alguém ferir a outrem com instrumento de ferro de modo que venha a morrer, homicida é; e o homicida será morto." Parece contudo que ninguém referiu a passagem que se encontra logo de seguida (Números 35:22-25): "Mas se o empurrar acidentalmente, sem inimizade, ou contra ele lançar algum instrumento, sem ser de emboscada, ou sobre ele atirar alguma pedra, não o vendo, e o ferir de modo que venha a morrer, sem que fosse seu inimigo nem procurasse o seu mal, então a congregação julgará entre aquele que feriu e o vingador do sangue, segundo estas leis, e a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, fazendo-o voltar à sua cidade de refúgio a que se acolhera; ali ficará ele morando até a morte do sumo sacerdote, que foi ungido com o óleo sagrado."
Portanto parece-me que antes de procurar a resposta nas passagens da Bíblia temos de decidir sobre a sua culpa. Bom, mas depois de decidirmos sobre a sua culpa temos as nossas leis para aplicar, e não precisamos de procurar passagens na Bíblia para justificar a pena de morte.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Infidel


Há livros de que gostamos muito, alguns que lemos mais do que uma vez, e alguns que gostaríamos que toda a gente lesse. Eu leio muito, e por isso tenho muitos livros de que gosto muito, alguns que li (ou espero ler) mais de uma vez, e dois ou três que gostaria que toda a gente lesse: por favor, se ainda não o fizeram, leiam este livro: "Infidel - my life" de Ayaan Hirsi Ali (o título em português é "Uma mulher rebelde"). Garanto que não vos vai deixar indiferentes.
O livro conta, na primeira pessoa, a história verídica da política Ayaan Hirsi Ali. Eu gostaria de vos contar pormenores sobre a história, mas perante o dilema: ou conto pormenores de mais, e vou estragar a surpresa; ou não conto nada e deixo-os(as) tirar as suas conclusões - resolvi-me pela segunda solução!
Não é um livro de leitura fácil! Posso-vos dizer que durante a minha leitura do livro houve momentos em que me senti com muita sorte: por ter nascido deste lado do mundo, e por ser homem! Mas foram esses também os momentos em que senti maior angustia... Todos sabemos que não vivemos num mundo perfeito, mas nem todos temos a noção do quão imperfeito ele é... Eu não tinha, pelo menos tão completamente.
Depois de lido o livro, dei comigo a pensar em quantos sub-mundos existem neste nosso "pequeno" mundo, dos quais apenas nos chegam ecos, muitas vezes distorcidos...
Se não acham que têm tempo para ler o livro, têm outra solução, que em alguns aspectos é ainda melhor (para aqueles que entendem inglês): comprem o audiobook lido pela autora, e ouçam-no durante as viagens para o trabalho.

sábado, 26 de setembro de 2009

Alan Turing

Alan Turing foi um matemático brilhante, e uma peça chave na vitória sobre os Nazis na segunda guerra mundial. Foi também importante nos primórdios da computação, e podemos-lhe agradecer termos hoje em nossa casa computadores pessoais. Em 1952 foi condenado a castração química pelo governo inglês, pelo crime de "indecência grosseira" (era homossexual). Passados dois anos, suicidou-se. Este ano, depois de um abaixo assinado a nível mundial (que eu próprio também assinei) o ter exigido, o governo inglês pediu oficialmente desculpas. Só foi pena ter demorado tanto tempo.
Mas... nem toda a gente ficou contente...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Justiça!

Há uns tempos vi um vídeo de Christopher Hitchens onde ele apresentava uma argumentação que na altura me deixou a pensar um bocado...
O caso de Josef Fritzl ainda nos está na memória. Ele manteve a sua filha, Elisabeth, prisioneira na cave de sua casa durante 24 anos! Durante esses anos ele violou-a constantemente, e dessa relação nasceram 7 filhos, um dos quais acabou por morrer por não receber assistência médica. Elisabeth viu o filho morrer, e ser depois queimado na central de aquecimento da casa.
Será que conseguimos imaginar a dor de Elisabeth? Mantida refém pelo próprio pai, violada constantemente? Quantas vezes terá ela rezado, com mais fervor do que muita gente, pedindo a Deus que terminasse com o seu sofrimento? Quantas vezes terá perguntado a Deus "porquê"? Quantas promessas terá feito a Deus para que a libertasse? Será que conseguimos imaginar? Durante 24 anos? Será que alguém terá rezado com mais vontade, com mais necessidade?
Alguém terá coragem de a olhar nos olhos, e de lhe dizer: "Porque choras? Não te preocupes, está tudo bem. Deus é todo poderoso, e na próxima vida ele vai-te recompensar, e o teu raptor será severamente castigado".

O mundo não é justo, e isso não é bom. Sentimos necessidade de uma justiça num outro mundo, porque vemos que muita gente não a tem neste. Mas não nos deixemos iludir: não sabemos nada de outros mundos, por isso temos de viver com aquilo que temos. A vida muitas vezes é injusta. Nós temos de lutar para que a justiça chegue neste mundo. Umas vezes chega, outras não, mas temos de continuar a tentar. Como todos sabemos, o mundo não é perfeito.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Factos históricos

Muitas vezes é usado o argumento que diz que, porque a Bíblia menciona factos históricos comprovados, deve-se supor também que outros factos lá relatados, incluindo eventos sobrenaturais (como o dilúvio), sejam também verdadeiros. É claro que este não é um argumento válido. A Bíblia é um conjunto de histórias, escritas por diferentes pessoas, algumas das quais existem desde a idade do bronze, e estarem misturadas com factos históricos não as torna verdadeiras. Se assim fosse, então toda a acção d'Os Lusíadas seria também verdade, incluindo as referências aos deuses do Olimpo...
É claro que se queremos que algum relato seja credível, devemos enchê-lo de factos históricos, todos verdadeiros e possíveis de comprovar. Mas nem isso os autores da Bíblia fizeram em condições, como se vê no caso do recenseamento que levou Jesus a nascer em Belém, tal como previam as escrituras. Os romanos eram muito organizados, e faziam censos regularmente, dos quais se manteve os registos. Não há qualquer evidência da existência de um censo no ano em que a Bíblia diz que houve, e os historiadores acreditam que não houve de facto nenhum censo nesse ano. O censo foi uma desculpa para garantir que Jesus nascia em Belém, como havia sido anunciado.
Distorção de factos históricos também tornam uma história mais verídica?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Deus de Dawkins

Acabei de ler há 15 dias o livro 'O Deus de Dawkins', de Alister McGrath. Antes de o fazer, como me pareceu lógico, li alguns dos livros que o mesmo prometia discutir, nomeadamente 'O gene egoísta' e 'O relojoeiro cego', ambos de Richard Dawkins. Dei também uma vista de olhos em algumas palestras de Richard Dawkins nas quais expunha os factos de 'O monte improvável' e 'Decompondo o Arco-Íris'. Devo dizer que vale a pena ler qualquer um destes livros. Nos livros de Dawkins fiquei a aprender muito sobre biologia, em particular sobre selecção natural. Em todos eles Dawkins refutava deus, e argumentava contra todas as religiões. Depois foi a vez de ler McGrath. Fiquei positivamente surpreendido. Esperava um ataque cego e sujo, como tanto se vê quando se fala de religião, mas não foi o caso. McGrath foi incisivo. Mostrou como Richard Dawkins era um biólogo excepcional, e um grande comunicador, mas lamentou o facto de ele não aplicar todo o rigor que aplicava à ciência, quando falava de religião. Mas o que McGrath parece não compreender é que não são teólogos como ele (que estão à frente no pensamento cristão), que falam todos os domingos com o povo nos sermões. Antes fossem! E é para essas pessoas que Dawkins escreve. É a elas que Dawkins tenta convencer. McGrath diz que Dawkins está a argumentar contra ideias que já foram desacreditadas pela Igreja. Talvez tenham sido, mas alguém se esqueceu de avisar o povo... Dawkins não tem culpa de a Igreja querer manter na ignorância os seus fiéis. Tomemos como exemplo a ideia de Inferno. Dawkins (como outros antes, nomeadamente Bertrand Russel) defende que a ideia de inferno foi uma das piores criações do Cristianismo (ou de Jesus, se preferirem). Usar esse tipo de ameaça em crianças é uma forma de abuso infantil. McGrath argumenta que a ideia de inferno já foi desacreditada pela maioria dos teólogos, e que já não faz parte da principal corrente do cristianismo... Ai não? Evidentemente que se esqueceram de avisar os padres que eu conheço! Ainda hoje na catequese é ensinado às crianças que se pecarem vão parar ao fogo do inferno, onde ficam em agonia para sempre...
Mas não pensem que o livro não vale a pena. Tirando uns quantos pontos aqui e ali, o livro é muito bom de se ler.

Massacre!

Esta semana um homem, de nome George Sodini, entrou num ginásio nos E.U.A. e, depois de apagar as luzes, começou a disparar em todas as direcções. Matou 3 mulheres e feriu mais 10 pessoas antes de por termo à sua vida. Deixou um diário online, onde se pode ler (numa tradução livre):
"Talvez brevemente, eu vá ver Deus e Jesus. Pelo menos foi isso que me disseram. A vida eterna NÃO depende das nossas obras. Se dependesse, todos íamos para o inferno. Cristo pagou por TODOS os pecados, por isso como posso eu ou você ser julgado POR DEUS por um pecado quando a pena JÁ foi cumprida. As pessoas julgam mas isso não interessa. Eu comecei ontem a ler a bíblia e "The Integrity of God", porque em breve me vou encontrar com eles."

Claro que ninguém acredita que ele fez o que fez por causa da religião. Com certeza que uma visita ao psiquiatra era o que bastava para evitar todo o sangue derramado. Mas, tal como frisou Hemant Mehta, e se George Sodini fosse ateu, e o texto acima fosse do género:
"Talvez brevemente isto vá acabar. Pelo menos foi isso que me disseram. A vida não interessa porque todos somos acidentes. É isso que dizem os ateus. Não existe paraíso nem inferno, e o que eu fizer nesta vida não interessa. Estamos todos num pálido ponto azul no Universo e as nossas acções serão, de qualquer maneira, esquecidas numa questão de anos. O Hitler e a Madre Teresa estão todos no mesmo sítio, e eu vou-me juntar a eles. Como posso eu ou você ser julgados POR DEUS por pecar, se deus não existe? Eu comecei ontem a ler a Bíblia só para ver mais uma vez o quão ridícula é."

Se este fosse o texto, qual seria a reacção dos cristãos (e teístas em geral)? Será que não iriam apontar o dedo ao ateísmo? Não tenho dúvidas que sim.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Será Jesus???

Viajava muito, e era um grande professor e mestre. Tinha doze companheiros que o seguiam para onde fosse. Era comum fazer milagres. Era chamado de "Bom Pastor", "o caminho, a verdade e a luz", "o redentor", "o salvador", "o Messias", o "filho de Deus". Era considerado a "fonte da vida". Era por ele que as almas dos mortos eram redimidas e levadas para um mundo melhor, o paraíso. O seu aniversário era celebrado com uma grande festa a 25 de Dezembro. Usava o baptismo para purificar os pecados. O domingo era considerado o dia sagrado, o "dia do senhor". Nasceu de uma virgem, e foi adorado por magos que lhe fizeram oferendas. Morreu crucificado, e ressuscitou ao terceiro dia. A sua ressurreição era celebrada todos os anos, e era a sua principal celebração, na altura do ano que agora chamámos Páscoa. Os seus crentes acreditavam no céu e no inferno, e também numa cheia enorme que aconteceu no início da história da Terra. Acreditavam que a alma era eterna, que iria haver um julgamento final, e na ressurreição dos mortos. Os seus discípulos fundaram uma igreja com uma hierarquia bem desenvolvida. Tinham uma euraristia, ou "ceia do senhor", onde se consagrava o pão e a água, e onde o vinho consagrado tinha um papel importante. O local onde se situa o Vaticano era um local onde se realizava a sua adoração.

Quem é a nossa personagem mistério?
R: o deus romano Mithra (séc. IV a.C.)! [1] [2]

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Livros Sagrados

O facto de algo estar escrito não o faz mais verdade. Isto aplica-se à Bíblia, ao Alcorão, e outros livros sagrados. Tentar provar que os deuses dos livros sagrados existem usando os mesmos livros como argumento é um raciocínio circular e carece de lógica. Por isso não serve de prova nenhuma. As pessoas que acreditam nos deuses de um livro, normalmente não acreditam nos deuses dos outros livros, o que as faz ateus em relação aos outros deuses. Como disse Richard Dawkins, "todos somos ateus em relação à grande maioria dos deuses. Porque não ser ateu em relação a mais um?"

quinta-feira, 16 de julho de 2009

É preciso ter fé!

Ninguém sabe se é possível existirem deuses. O facto de conseguirmos imaginar algo, não significa que isso seja possível. Podemos imaginar-nos a atravessar uma parede sólida, mas não é por isso que o vamos conseguir fazer. Por isso, o facto de conseguirmos imaginar um deus, não significa que ele possa existir. Por não haver provas para a existência de nenhum deus, qualquer pessoa que diga acreditar em deus tem de fazer alguns saltos de fé, nenhum deles implicando outro, e por isso independentes. Têm de acreditar:
a) na existência de um reino sobrenatural;
b) que existam seres a habitar esse reino;
c) que esses seres tenham consciência;
d) que pelo menos algum desses seres é eterno;
e) que esse ser seja capaz de criar algo a partir do nada;
f) que esse ser seja capaz de interferir com o nosso universo, depois dele criado (milagres);
g) que esse ser seja omnisciente;
h) que esse ser seja omnipotente;
i) que esse ser seja omnipresente;
j) que esse ser seja cheio de amor.

Dependendo do deus em que se acredita, podem ser adicionadas mais algumas linhas. É por isso preciso ter muita fé para acreditar em qualquer deus.

O deus-das-lacunas

Quase todas as "provas" para a existência de deuses baseiam-se, pelo menos em parte, no argumento do deus-das-lacunas. Segundo este argumento, se não sabemos a resposta para algo, então "foi obra de deus". Não são precisas qualquer tipo de provas. Mas dizer que "foi obra de deus" será mesmo uma resposta? Vejamos: nós não sabemos de que são compostos os deuses, quais os seus atributos, não sabemos quantos existem, nem onde estão. Não sabemos onde é que eles estão, nem de onde é que vieram, ou como é possível que existam desde sempre. Não sabemos que mecanismos é que eles usam para criar ou mudar qualquer coisa, não sabemos o que é o sobrenatural, nem como é que interage com o mundo natural. Por outras palavras, não sabemos nada sobre os deuses, por isso dizer que "foi obra de deus" é responder a uma pergunta com outra pergunta. Não oferece qualquer informação, apenas torna a questão inicial ainda mais complexa. O argumento do deus-das-lacunas diz que nós, não só não temos hoje uma resposta naturalista, como nunca iremos descobrir uma razão naturalista, porque ela não existe. Por isso, para rebater o argumento do deus-das-lacunas, basta mostrar que existe uma razão naturalista possível. Por exemplo: Ao abrirmos a porta de uma sala, vemos um gato a dormir num canto. Fechamos a porta, e quando a voltámos a abrir, 5 minutos depois, o gato está a dormir no outro lado da sala. Alguém diz: "Foi obra de deus. Deus levitou o gato até ao outro canto da sala", (não apresentando qualquer prova). Outra pessoa diz: "É possível que o gato tenha acordado, e depois de caminhar até ao outro canto da sala tenha voltado a adormecer". Embora nenhum dos dois possa afirmar saber o que se passou, o argumento do deus-das-lacunas é pouco plausível, pois existe uma explicação natural possível. Num exemplo mais real, lembremos que os nossos antepassados não sabiam de onde vinha a chuva, ou os trovões. A sua falta de uma explicação levou-os a acreditar que eram obra de um deus, que se mostrava benevolente ou chateado conforme as acções do povo. Depois a ciência entrou em cena, e demonstrou como se forma a chuva e como se produzem os trovões, e por isso o argumento do deus-das-lacunas foi mais uma vez desacreditado.

sábado, 11 de julho de 2009

Vaticano critica compra de Cristiano Ronaldo!

Eu também acho mal! Tanta pobreza no mundo e pessoas a gastar quase 100.000.000€ na compra de um jogador... É triste. Mas... se há alguém que não pode falar muito é a Igreja: só na nova igreja do Santuário de Fátima gastaram 80.000.000€... Não chegava para comprar o Ronaldo, mas quase! E também se matava a fome a muita gente com esse dinheiro.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Morrer aos 15 anos...

Ava Worthington tinha 15 anos, morreu a 2 de Março de 2008 em Oregon nos EUA de pneumonia, uma infecção e outras causas. Se até ao dia em que morreu tivesse sido tratada por um médico, ainda estaria viva. Esteve em casa vários dias sem cuidados médicos acompanhada pelos pais e por várias dezenas de membros da Igreja dos Seguidores de Cristo, que a estavam a tratar pela fé... Porque não a levaram ao médico? Segundo o pai: "Nós não acreditámos em médicos". Quando perguntaram à mãe se ela soubesse que a filha estava a morrer a tinha levado ao médico, ela respondeu: "Não sei..."!!!

Mas que raio?... Estará tudo a ficar tolo?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Exorcismo...

Lembro-me de ver quando era criança o filme "O Exorcista". Lembro-me de gostar, e de me sentir corajoso, já que muitos adultos que eu conhecia não tiveram coragem de o ver, nem queriam que eu visse. No fim, não fiquei com pesadelos, nem a acreditar em demónios, antes pelo contrário, sabia que nada disso existia, e que já não se praticavam exorcismos, porque toda a gente sabia que era mentira... Agora sei que estava enganado. Ainda existem locais na Terra onde o conhecimento não chegou ao nível de se ter desacreditado tal prática. Locais do terceiro mundo. Por isso tudo, fiquei surpreendido (embora não tanto como possam pensar) quando li no correio da manhã a seguinte notícia:

"Um grupo religioso dos EUA colocou na Internet um vídeo onde um adolescente de 16 anos é sujeito a um exorcismo para expurgar o "demónio homossexual" do seu corpo."

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Igreja Católica, pouco católica...

Foi publicado nos fins de Maio deste ano o relatório final obtido depois de nove anos de investigação por uma comissão irlandesa sobre décadas de violações, humilhações e espancamentos de menores em instituições ligadas à igreja, na Irlanda. O relatório de 2600 páginas revela detalhadamente os abusos sofridos pelas crianças e também que o Vaticano tinha conhecimento dos mesmos desde 1930. Foram ouvidas cerca de três mil e duzentas testemunhas, e segundo apurou a comissão, cerca de 35 mil crianças foram vítimas de abusos (duas mil das quais confessaram ter sofrido abusos físicos e sexuais, embora é quase certo que o número de pessoas que confessou seja inferior ao número das que realmente sofreram abusos). "As crianças viviam com o temor diário de não saberem de onde poderia vir o próximo espancamento", diz a comissão. Centenas de testemunhas afirmam terem sido espancadas em todas as partes do corpo, e forçadas a despirem-se em público. As vítimas de abuso, que agora têm entre 50 a 80 anos lamentam que no relatório falte o nome daqueles que cometeram os abusos. Christine Buckley, de 62 anos disse: "Acredito genuinamente que seria um passo importante na nossa recuperação se aqueles que abusaram de nós fossem identificados e fossem envergonhados". A maioria das pessoas ligadas à Igreja católica lamenta o facto, e assume a responsabilidade da igreja. A única reacção oficial do Vaticano veio pela voz do cardeal espanhol Antonio Canizares, que lamenta o sucedido, mas tenta desviar as atenções para outro lado: "O que se passou em algumas escolas não se pode comparar com os milhões de vidas que foram destruídas pelo aborto. Ele (o aborto) já destruiu legalmente 40 milhões de vidas humanas". Ok... mas o que é que isso tem a ver com o abuso de menores? Shame on you...
Para saber mais: Children exposed to 'daily terror' in institutions, Abortion worse than child abuse, says Vatican figure.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De onde vem a moralidade?

No livro "Why I Am Not a Christian and Other Essays on Religion and Related Subjects", o filósofo britânico Bertrand Russell apresenta a seguinte argumentação:

"Se tiver a certeza de existir uma diferença entre o bem e o mal, então encontra-se na seguinte situação: Essa diferença é decretada por Deus ou não? Se é decretada por Deus, então para o próprio Deus não existe diferença entre bem e mal, e deixa de ter significado dizer que Deus é bom. Se disser, como dizem os teólogos, que Deus é bom, deve então dizer que o bem e o mal têm um significado que não dependente de nenhum decreto de Deus, porque os decretos de Deus são bons ou não, independentemente do simples facto de ele os ter decretado. Se esse for o seu argumento, tem então de dizer que não é apenas através de Deus que o bem e o mal existem, que eles são na sua essência logicamente anteriores a Deus."

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Indocrinar...

Durante os últimos meses tenho tropeçado na palavra indocrinar, referindo-se à educação religiosa. Mas afinal, o que significa indocrinar? No contexto em que se encontrava, eu simplesmente a substituía por educar, e tudo fazia sentido, mas deve haver uma diferença. A melhor definição que encontrei está na revista Ribalta N.14 de 2008, pág. 53, escrito pelo doutor Óscar Chiva Bartoll (professor no IES Francesc Tàrrega de Vila-real) e pela doutora Mónica Esteve Sancho (professora no IES Francesc Ribalta). Aqui fica uma tentativa de tradução...

"O que distingue educação de indocrinação é o objectivo que se tenta alcançar em cada caso. Indocrinar faz referência a uma moral fechada baseada em receitas, que procura deter a capacidade de uma pessoa pensar por si mesma. Educar, por sua vez, baseia-se numa moral aberta baseada na autonomia, que procura incutir a capacidade de pensar, julgar e decidir por si próprio. Indocrinar identifica-se com a palavra latina educare, que significa guiar, conduzir. Por sua vez, educar identifica-se com outra palavra latina muito parecida, mas substancialmente diferente: educere, que significa fazer sair, criar."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Anti-semitismo

"É por isso que creio agir segundo o espírito do Omnipotente, nosso criador, pois:
Defendendo-me contra o judeu, combato para defender a obra do Senhor."

in Mein Kampf, capítulo 2

terça-feira, 19 de maio de 2009

Oração...

Há três anos atrás foi feito um estudo chamado "Estudo dos Efeitos Terapêuticos da Prece Intercessora" (Study of the Therapeutic Effects of Intercessory Prayer - STEP, em inglês), para tentar avaliar os efeitos na saúde de pessoas pelas quais alguém está a rezar. Se uma pessoas rezar para si própria, o efeito placebo pode entrar em acção. O mesmo acontece quando sabemos que alguém está a rezar por nós. Mas e se não soubermos que estão a rezar por nós? Nesse caso, não podemos falar do efeito placebo, e podemos então tirar algumas conclusões. Foi isso que o estudo tentou fazer, usando pacientes a recuperar de uma operação ao coração.

O teste foi feito em 6 hospitais, e em 1802 pacientes: 604 pacientes receberam orações, depois de informados que poderiam ou não recebê-las (grupo 1); 597 pacientes não receberam orações, depois de terem sido informados que poderiam ou não recebê-las (grupo 2); por fim, 601 pacientes receberam orações, depois de terem sido informados de que as iriam receber.
Todos os pacientes eram cristãos, e todas as orações eram iguais, e individualizadas (pediam a recuperação de uma pessoa em especial).

Ocorreram complicações em 52% dos pacientes do grupo 1 (receberam orações, mas não sabiam), em 51% dos do grupo 2 (não receberam orações, mas não sabiam), e em 59 % dos do grupo 3 (receberam orações e sabiam)...
Portanto... não existe diferença entre o grupo 1 e o grupo 2: a oração não tem efeitos na recuperação dos pacientes; e o grupo 3 teve mais complicações que o grupo 1: os pacientes que sabiam que alguém estava a rezar por eles tiveram mais complicações (embora uma diferença não muito grande).

terça-feira, 28 de abril de 2009

Steven Weinberg

"With or without religion a good man will do good things and an evil man will do evil things; but for a good man to do evil things, that takes religion." - Steven Weinberg (prémio Nobbel da Física em 1979).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Acredita mesmo?...

De rir...

Bora começar a matança???

Êxodo 35:2 -> Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, sábado de descanso solene ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto.

Deuteronômio 21:18-21 -> Se um homem tiver um filho indócil e rebelde, que não atenda às ordens de seu pai nem de sua mãe, permanecendo insensível às suas correções, seu pai e sua mãe tomá-lo-ão e o levarão aos anciães da cidade à porta da localidade onde habitam, e lhes dirão: este nosso filho é indócil e rebelde; não nos ouve, e vive na embriaguez e na dissolução. Então, todos os homens da cidade o apedrejarão até que ele morra.

Levítico 20:13 -> Se um homem dormir com outro, como se fosse com mulher, ambos cometem uma abominação e serão punidos com a morte: seu sangue cairá sobre eles.

Deuteronómio 22:13-21 -> Se um homem casar com uma mulher e, depois de ter tido relações com ela, começar a detestá-la, caluniá-la e difamá-la, dizendo: ‘Casei-me com esta mulher mas, ao ter relações com ela, descobri que não era virgem’, os pais da jovem colherão as provas da sua virgindade e as apresentarão no tribunal aos anciãos da cidade. O pai da jovem dirá: ‘Dei minha filha por esposa a este homem mas, porque começou a detestá-la, lança calúnias contra ela, dizendo que não a encontrou virgem. Eis as provas da virgindade de minha filha’. E desdobrarão a roupa diante dos anciãos da cidade. E os anciãos pegarão aquele homem e o farão castigar. Imporão a ele uma multa de cem moedas de prata, que entregarão ao pai da jovem, por haver aquele homem difamado uma virgem de Israel. Ele terá de tomá-la por esposa e não poderá repudiá-la enquanto viver. Mas, se a acusação for verdadeira, tendo-se verificado não ter sido virgem a jovem, ela será levada até à entrada da casa do pai e os homens da cidade a apedrejarão até à morte, por haver cometido uma infâmia em Israel, prostituindo-se na casa paterna. Assim eliminarás o mal de teu meio.

Venham os escravos!

Êxodo 21:20-21 -> Se alguém ferir o escravo ou a escrava a cacetadas, de modo que lhe morra nas mãos, o escravo deverá ser vingado. Mas se o escravo sobreviver por um ou mais dias, não será vingado, uma vez que era propriedade sua.

Colossensses 3:22-24 Escravos, obedecei em tudo aos vossos senhores daqui da terra, não servindo apenas diante dos olhos, como quem procura agradar a seres humanos. Obedecei-lhes com simplicidade de coração, no temor do Senhor. Tudo que fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor e não para os homens, sabendo que é o Senhor que vos recompensará, fazendo-vos seus herdeiros. Ao Cristo e Senhor é que estais servindo.

Efésios 6:5 -> Escravos, obedecei aos vossos senhores deste mundo como ao próprio Cristo, com temor e grande respeito e de coração sincero;

1 S. Pedro 2:18 -> Servos domésticos, submetei-vos aos patrões com todo o respeito, não só aos bons e afáveis, mas também aos que são difíceis.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ai Bento, Bento...

Hoje comprei o jornal! Não é que eu não costume ler jornais, leio regularmente na internet, mas a capa do jornal de hoje deixou-me curioso: que justificação poderia levar alguém a dizer que a "tragédia da sida não pode ser resolvida só com dinheiro, nem pode ser resolvida com a distribuição de preservativos, que até pode aumentar o problema" - Papa Bento XVI. Fui procurá-la, mas não foi fácil encontrar a posição oficial da igreja...

Pelo que consegui apurar, a Igreja é contra o uso do preservativo, pois acredita que o único objectivo do acto sexual é a procriação, e o facto de termos relações apenas por prazer, é pecado. Encontrei também uma hipótese para justificar que o preservativo pode aumentar o problema: o uso de preservativo faz aumentar o número de parceiros sexuais, e como o preservativo pode deixar passar o vírus da sida, que é muitas vezes mais pequeno que o espermatozóide, aumenta o número de pessoas que podemos contagiar... Quanto a este argumento, achei por bem aprofundá-lo mais um pouco, e descobri algo de interessante. Os preservativos de qualidade são sujeitos a testes bastante rigorosos. Por exemplo, os preservativos fabricados no Japão, têm de ser, por lei, impermeáveis aos electrões (os preservativos são mergulhados em água, com dois eléctrodos, um no seu interior, e outra fora, se for detectada a mínima corrente entre os eléctrodos, todo o lote é rejeitado. Para quem não percebe o que isto significa, passo a explicar: o vírus da sida é cerca de 500 vezes mais pequeno do que o espermatozóide, o que parece dar razão ao argumento acima. Mas vejamos, o electrão não passa pelo preservativo, e é trinta milhões vezes mais pequeno que o vírus da sida, por isso, se um electrão não passa, o vírus não passa de certeza.

Os únicos problemas que podem ocorrer são de origem humana. Segundo apurei, algumas medidas que podem danificar o preservativo são: uso de lubrificantes à base de óleo, uso de preservativos fora de validade, deixar os preservativos ao sol, ou em locais quentes (como os bolsos), ou apertá-los com as unhas ou dentes, ao tirá-los da embalagem.

Registei também uma opinião que dizia que os seres humanos são os únicos animais que fazem sexo por prazer, e portanto isso é contra-natura. Pois… Não sei se isso é verdade ou não, mas se vamos por aí, então suponho que a Igreja seja contra o consumo de leite na idade adulta…

Posto isto, deixo aqui a minha opinião: sou a favor do uso de preservativo, sou a favor do sexo pré-marital, e sou a favor da prática sexual sem ter como objectivo a reprodução, e duvido que alguém me consiga convencer de que estou errado.