quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Deus de Dawkins

Acabei de ler há 15 dias o livro 'O Deus de Dawkins', de Alister McGrath. Antes de o fazer, como me pareceu lógico, li alguns dos livros que o mesmo prometia discutir, nomeadamente 'O gene egoísta' e 'O relojoeiro cego', ambos de Richard Dawkins. Dei também uma vista de olhos em algumas palestras de Richard Dawkins nas quais expunha os factos de 'O monte improvável' e 'Decompondo o Arco-Íris'. Devo dizer que vale a pena ler qualquer um destes livros. Nos livros de Dawkins fiquei a aprender muito sobre biologia, em particular sobre selecção natural. Em todos eles Dawkins refutava deus, e argumentava contra todas as religiões. Depois foi a vez de ler McGrath. Fiquei positivamente surpreendido. Esperava um ataque cego e sujo, como tanto se vê quando se fala de religião, mas não foi o caso. McGrath foi incisivo. Mostrou como Richard Dawkins era um biólogo excepcional, e um grande comunicador, mas lamentou o facto de ele não aplicar todo o rigor que aplicava à ciência, quando falava de religião. Mas o que McGrath parece não compreender é que não são teólogos como ele (que estão à frente no pensamento cristão), que falam todos os domingos com o povo nos sermões. Antes fossem! E é para essas pessoas que Dawkins escreve. É a elas que Dawkins tenta convencer. McGrath diz que Dawkins está a argumentar contra ideias que já foram desacreditadas pela Igreja. Talvez tenham sido, mas alguém se esqueceu de avisar o povo... Dawkins não tem culpa de a Igreja querer manter na ignorância os seus fiéis. Tomemos como exemplo a ideia de Inferno. Dawkins (como outros antes, nomeadamente Bertrand Russel) defende que a ideia de inferno foi uma das piores criações do Cristianismo (ou de Jesus, se preferirem). Usar esse tipo de ameaça em crianças é uma forma de abuso infantil. McGrath argumenta que a ideia de inferno já foi desacreditada pela maioria dos teólogos, e que já não faz parte da principal corrente do cristianismo... Ai não? Evidentemente que se esqueceram de avisar os padres que eu conheço! Ainda hoje na catequese é ensinado às crianças que se pecarem vão parar ao fogo do inferno, onde ficam em agonia para sempre...
Mas não pensem que o livro não vale a pena. Tirando uns quantos pontos aqui e ali, o livro é muito bom de se ler.

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