quarta-feira, 19 de outubro de 2011

É por estas e por outras...

Jo Yeates, uma arquiteta de 25 anos foi assassinada a 27 de dezembro de 2010. O autor do crime foi Vincent Tabak,de 33 anos. Tabak não se deu como culpado, mas confessou o crime a Peter Brotherton, o Capelão voluntário da prisão Long Lartin em Worcestershire. Brotherton contou ao tribunal que Tabak lhe confidenciou o crime e que se mostrou arrependido.

Até aqui, tudo bem.

Mas depois vemos isto:
«O Sr. Brotherton disse que decidiu não manter secreta a informação porque Tabak não é religioso»!

Resumindo...
Brotherton contou porque Tabak não é religioso. Ipso Facto, se Tabak fosse religioso, Brotherton não contava!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Perfeito!!!

Como tratar uma doença que não existe? Com um medicamento que não existe...

Na Alemanha, os Doutores Católicos estão a «tratar» a homossexualidade com «medicamentos» homeopáticos!


terça-feira, 19 de abril de 2011

Piss Christ Destruído...

Qualquer obra de arte deve viver envolta em polémica. E sendo acima de tudo uma forma de expressão, a arte deve ser exercida livremente.
Em 2001 os talibans destruíram os Budas de Bamiyan por os considerarem ídolos. Num acto menos ousado, um grupo de cristãos destruiu este domingo, numa exposição em França, a obra de Andres Serrano, Piss Christ!
Mais uma vez, a religião a mostrar os seus dentes. E desta vez não foram os radicais islâmicos, mas sim os inexistentes radicais cristãos!

terça-feira, 15 de março de 2011

Deus e os desastres

A. C. Grayling escreveu um texto onde fala sobre deus e sobre os desastres naturais. Uma tradução desse texto (feita por Luis Grave Rodrigues pode ser lida de seguida:


É com tristeza que todos pensamos nas centenas de milhares de pessoas cujas vidas foram horrivelmente perdidas ou afectadas pelo terramoto e pelo tsunami do Japão, e que marcaram a negro os anais deste ano de 2011, e que vieram logo a seguir ao terramoto que atingiu Christchurch na Nova Zelândia.

Estes acontecimentos, que estão certamente ligados do ponto de vista tectónico, lembram-nos das vastas forças da natureza que, se são normais para o próprio planeta, são já prejudiciais para a vida humana, especialmente para aqueles que vivem perigosamente perto do quebra-cabeças que são as falhas da superfície terrestre.

Alguém me disse que na igreja da sua terra iria haver orações especiais pelas pessoas no Japão. Este comportamento bem-intencionado e fundamentalmente simpático mostra, no entanto, quão absurdas, no sentido literal do termo, são as práticas e as crenças religiosas.
Quando vi na televisão uma reportagem de pessoas a dirigirem-se para a igreja em Christchurch após o trágico terramoto, foram estes pensamentos que me assaltaram.

Não seria simpático da minha parte pensar que aqueles que foram à igreja o foram para dar graças por eles próprios terem escapado pessoalmente; não lhes quero imputar egoísmo e alívio pessoal no meio de um desastre no qual tantas pessoas arbitrária e subitamente perderam as suas vidas por causa de um “acto de Deus”.
Mas se essas pessoas foram rezar para que o seu deus olhe pelas almas daqueles que morreram, por que pensariam elas que esse deus o faria, uma vez que foi ele próprio quem causou, ou permitiu, que os seus corpos fossem súbita e violentamente esmagados ou afogados?

De facto, estariam elas a suplicar e a louvar uma divindade que idealizou um mundo onde existem tantas arbitrárias e súbitas mortes?
Um ser omnisciente conheceria bem todas as implicações daquilo que faz, e por isso saberia também que iria proporcionar estes acontecimentos e todas estas suas horríveis consequências.
Estariam elas a louvar o causador do seu sofrimento, pelo seu sofrimento, e também a suplicar a sua ajuda para escapar àquilo que ele próprio tinha planeado?

Talvez elas pensem que o seu deus não é o responsável pelo terramoto. Mas se elas acreditam que o seu deus idealizou um mundo no qual estas coisas acontecem, mas depois deixou esse mundo sozinho e não intervém mesmo quando ele se torna letal para as suas criaturas, então essas pessoas estão implicitamente a questionar a moralidade do seu carácter.

E se ele não é suficientemente poderoso para fazer alguma coisa sobre a criminosa indiferença do mundo para com os seres humanos, então em que sentido é ele deus?
Pelo contrário, ele parece ser um espírito impotente, para quem é inútil rezar e que é indigno de ser louvado.

Porque se ele não é capaz de impedir um terramoto ou salvar as suas vítimas, então não está qualificado para criar um mundo.
Mas se ele é poderoso o suficiente para ambas as coisas, mas ainda assim cria um mundo perigoso que inflige arbitrariamente sofrimentos violentos e agonizantes a criaturas racionais, então ele é perverso.

De qualquer modo, o que pensam as pessoas que acreditam em tal ser, e vão à igreja para o louvar e adorar?
Como, perante acontecimentos que a bondade e a preocupação humana consideram trágicos e que exigem ajuda – ajuda que são os próprios seres humanas que proporcionam aos seus semelhantes: nunca aparecem anjos vindos do céu para ajudar – podem as pessoas acreditar em tal incoerente ficção, como é a ideia desta divindade?

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A alma e o cérebro

Muita gente acredita que a principal diferença entre um ser humano e os outros animais é o fato de nós termos algo mais do que o nosso corpo material: uma alma!
Os dois principais motivos para essa crença são a intuição pessoal, e os textos sagrados. Aqueles que não acreditam na alma, não tendem a dar crédito científico a antigos textos, acreditam que a intuição pessoal da existência de alma é um efeito da evolução e que aquilo a alma é apenas o produto da complexidade do nosso cérebro: a mente.
Entretanto as neurociências têm vindo a levantar alguns problemas à existência de alma (ver os autores António Damásio, Michael Gazzaniga, e Vilayanur S. Ramachandran, e «problemas» como a calosotomia completa, a amnésia anterógrada, a esquizofrenia, e outros danos cerebrais.)
Um outro reduto dos defensores da alma são as experiência de quase-morte. Mas já nem aqui encontram um porto de abrigo, pois os efeitos descritos por aqueles que viveram experiências de quase morte já foram induzidos em pessoas que não estavam «às portas da morte» (ver aqui, aqui e aqui, por exemplo.)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mais um...

O Paquistão tem uma lei anti-blasfémia. A lei prevê prisão perpétua para quem diga mal do Corão, e pena de morte para quem difame ou insulte o profeta Maomé. Um exemplo recente da aplicação dessa lei é o caso de Asia Bibi: em Junho de 2009, Asia Bibi, uma paquistanesa cristã, foi acusada de ter insultado o profeta Maomé durante uma discussão com outros paquistaneses (a sua sentença foi baseada na palavra de testemunhas que a denunciaram a um clérigo muçulmano que por sua vez a denunciou à polícia.) Foi acusada de blasfémia, e condenada à morte por enforcamento. De notar ainda que, no seguimento da discussão que teve, uma multidão enfurecida entrou em sua casa e espancou-a juntamente com a sua família.
No momento está em discussão a alteração dessa lei, mas muita gente não vê essa alteração com bons olhos. Alguns grupos religiosos até entraram em greve como forma de protesto, para tentar que a lei se mantenha tal como está.
Salmaan Taseer, governador da província de Punjab, era um dos defensores da emenda à lei, que previa o aumento das atenuantes e a exclusão da pena de morte. Era, mas já não é: foi morto por um dos seus guarda-costas com 27 tiros de AK-47 no dia 4 de Janeiro.

É a religião no seu lado mais radical, como vai sendo habitual: Salman Rushdie tem a cabeça a prémio por causa do seu livro «Os Versículos Satânicos», Theo Van Gogh foi assassinado à porta de sua casa por causa da sua curta-metragem «Submissão», alguns cartoons publicados em jornais dinamarqueses geraram ondas de violência, clínicas e médicos que realizam interrupções voluntárias da gravidez nos EUA são alvo de ataques à bomba, Ayaan Hirsi Ali vive escondida devido ao seu livro «Infidel», a guerra civil no Sri Lanka, que dura há mais de 15 anos teve origem porque a minoria Hinduísta se sentiu oprimida quando o nome do país deixou de ser Ceilão e passou a ser Sri Lanka (a palavra «Sri» tem uma conotação de sagrado no Budismo, religião da maioria da população), etc.


Não quero com isto dizer que religião é sinónimo de violência, mas sim que a correlação entre elas parece ser bastante elevada (e aposto que a causa para isso seja a adoração dos dogmas.)