segunda-feira, 15 de março de 2010

A evolução e as crenças

Muita gente usa o argumento de que a evolução natural não favoreceria falsas crenças, ou melhor, não favoreceria espécies que fossem incapazes de entender convenientemente a realidade. Se isso fosse verdade, estariam estão certas todas as religiões? A evolução não premeia a verdade, mas sim o que se demonstrar útil. E não há dúvida que a religião já foi bastante útil, em tempos. Deus foi usado de forma a obrigar as pessoas a respeitar a lei, através do medo do castigo eterno, por exemplo. Hoje em dia já não precisamos de acreditar em deus para sermos boas pessoas, e cumprirmos as nossas obrigações. Para além disso a religião continua a ser usada para justificar males terríveis por esse mundo fora. O facto de acreditarmos na vida eterna já foi útil quando os cristãos eram mortos no Coliseu, ou em qualquer guerra, mas hoje em dia, a crença num mundo melhor à nossa espera leva pessoas a atirarem aviões contra prédios cheios de pessoas. Está na altura de deixarmos ficar a religião na história, assim como deixámos ficar a astrologia quando a astronomia surgiu.
O nosso cérebro evoluiu de modo a ser capaz de imaginar o futuro, de modo a fazer previsões sobre acontecimentos que ainda não aconteceram, e desse modo ajudar na nossa sobrevivência. Nós conseguimos imaginar muitas coisas que não são verdadeiras, é um sub-produto da capacidade de imaginar coisas que podem vir a ser verdade. Na realidade, os cientistas já identificaram alguns factores biológicos que diferenciam pessoas capazes de ter experiências religiosas de pessoas que são incapazes de o fazer. Por exemplo, o químico dopamina, presente no cérebro, aumenta a probabilidade de vermos padrões onde eles não existem. Num novo campo de investigação - neuroteologia, já identificaram o lóbulo temporal como um local no cérebro que consegue gerar experiências religiosas.

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